terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O Nascimento de Ataulfo

Era verão e nasceu Ataulfo. O primeiro ser de um país imaginário que invadiu minha casa. Ataulfo não nasceu de pomba nenhuma. Ataulfo não comeu o fruto proibido, mas fez um banquete e riu sozinho da desgraça de estar sozinho. das lágrimas do riso de Ataulfo nasceram Orlando, o manco e Josefina, a bailarina de pernas finas. O sol já no alto de seu colapso de verão se pôs e na noite chegaram mais criaturas doces e de lágrimas penduradas na face. Na Aurora outonal, nasceu a Carolândia e seus carolos continuam se reproduzindo, de riso em riso, de lágrima em lágrima e Ataulfo - rindo -ainda deixa cair lágrimas que pintam o rosto dos carolos de sinceridade e alegria.

Foto de família

ATAULFO E JOSEFINA

JOSEFINA, ORLANDO, CARLOS, ATAULFO, GERALDO, CLEMENTINA E ENEAS.

Coração... companheiro na alegria e na dor




Orlando... o eterno

/> "Que as barcaças do Tempo me devolvam/ A primitiva urna de palavras.

Que me devolvam a ti e o teu rosto

Como desde sempre o conheci: pungente/ Mas cintilando de vida, renovado/ Como se o sol e o rosto caminhassem/ Porque vinha de um a luz do outro./ Que me devolvam a noite, o espaço/ De me sentir tão vasta e pertencida/ Como se as águas e madeiras de todas as barcaças/ Se fizessem matéria rediviva, adolescência e mito.

Que eu te devolva a fome do meu primeiro grito."

Hilda Hilst

Carlos e Geraldo







Geraldo